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segunda-feira, 8 de junho de 2015

O hábito esquecido

Aprendendo economia para economizar

Eu ainda era um jovem de 19 anos, quando comentei com meus pais que faria a faculdade de Economia. A minha mãe me indagou porque era necessário uma faculdade para aprender a economizar. Imaginem que para uma família pobre, um membro fazer uma faculdade era razão de muito orgulho, entretanto eles não sabiam ao certo que curso era este. Na verdade eu também não!
Mas o que é Economia? É a ciência que trata das necessidades humanas; que envolve os nossos desejos de consumo, dentro das possibilidades dos recursos disponíveis como salário, emprego e oportunidades de compras. Tem ainda os deveres com os governos, como o pagamento de impostos, que conhecemos tão bem. Segundo Paul A. Samuelson e William D. Nordhaus, economia pode ser definida como a ciência que estuda a forma como as sociedades utilizam os recursos escassos para produzir bens com valor e de como os distribuem entre os vários indivíduos.
Todo mundo tem um pouco de economista, assim como temos um pouco de médico, de psicólogo e até de técnico de futebol. Isto demonstra a nossa capacidade de opinar em muitos assuntos, e em alguns casos com precisão na análise realizada.
Minha genitora tinha razão, economia é para economizar mesmo. A palavra economia é um termo grego que significa “normas para administração da casa”. Então, abrange também as financeiras pessoais! É importante para o controle das contas, a captação de recursos (dinheiro), para honrar os pagamentos (dívidas) e fazer o dinheiro sobrar no fim do mês (poupança).
Poupar dinheiro é muito pouco disseminado. Recordo da minha avozinha, ela sempre dizia - poupar é bom para as emergências. Eu entendia que era uma atitude muito responsável. Por serem pessoas tão simples, analfabetas e sem acesso a informação com temos hoje, eles sabiam o que deveriam fazer a cada fim de mês. Poupar.
Não é fácil manter esta disciplina, são tantas as oportunidades promocionais, que não passa pela nossa cabeça guardar dinheiro por enquanto. E quanto aos inúmeros lançamentos de produtos, como deixa-los de adquirir? E não esquecendo ainda que temos os gastos com os lazeres, afinal, ninguém é de ferro e faz bem passear.
É, os tempos mudaram, o mundo mudou, os brasileiros também! É difícil pensar em economizar numa época de crédito abundante. Bancos, operadoras de cartão de créditos, financeiras e governo, todos emprestam. E o povo ávido por dinheiro, usufrui do crédito financeiro oportuno. Tá fácil, fácil, de conseguir dinheiro.
Pelo empréstimo é cobrado o tal do “juro”. Aliás, falamos mais de juros que poupança. Basta atentarmos para o fato da vedete de consumo dos jovens, o automóvel. Na grande maioria das vezes é adquirido com empréstimo a “juros”.
E o que dizer do investimento financeiro! Nem se fala, ou melhor, nem lembramos.
Economizar é uma arte para poucos! São tantas as tentações para o consumismo, com tanta oportunidade de empréstimos que se torna quase impossível ir contra a maré. A minha avozinha que era astuta, sabia como ninguém poupar seu dinheirinho no esconderijo secreto, denominado bule de chá, era de enfeite. E sempre esteve ali.

Ezequias Anacleto


Fonte: Foto http://www.flickr.com/photos/diretordearte/page2/


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